quinta-feira, 5 de maio de 2016



MOLDAGEM NO PNL - PRINCÍPIOS GERAIS

Na PNL existem diversos diferentes modelos: ancoragem, ressignificação, sistemas representacionais, estratégias, submodalidades, "partes", posições perceptivas, etc. e, raramente fica claro, por exemplo, exatamente que submodalidades formam uma parte, onde uma "parte" aparece numa sequência de estratégias, ou como a ressignificação pode ser entendida como ancoragem. À medida que progredirmos no aperfeiçoamento da nossa compreensão, essas relações ficarão mais claras.

Modelos

Um modelo é apenas uma metáfora mais ou menos sofisticada para compreender uma parte do mundo. Quando os físicos descrevem o comportamento de um elétron como uma "partícula", naturalmente isso nos leva a determinados tipos de compreensões e previsões, tendendo a excluir outras. Quando eles descrevem um elétron como uma "onda", descobrem compreensões e aplicações que não estão à sua disposição quando um elétron é considerado uma partícula. O que é um elétron"realmente"? Sem dúvida, não é uma "onda" nem uma "partícula". Esperemos que algum dia, surja alguém com uma nova metáfora que descreva melhor o que um elétron "realmente" é e que nos ofereça uma compreensão mais ampla e profunda. Atualmente, alguns físicos estão usando a metáfora de uma "corda", que possui tanto as qualidades da partícula quando da onda, e defendem a possibilidade de integração das compreensões obtidas dos modelos da partícula e da onda, e que talvez possa evocar novas compreensões. Os meus conhecimentos em física contemporânea são insuficientes para me permitir saber até que ponto essa nova descrição tem sido útil.

A opinião de Freud sobre os sentimentos e emoções baseava-se numa metáfora hidráulica ou de "encanamento" (seguindo a teoria de Descartes sobre a maneira como o cérebro funcionava). Para ele, os sentimentos eram fluidos armazenados e, se fossem empurrados para uma área de vida, sairiam em algum outro lugar. A terapia primal, uma ramificação, falava de um "poço primal de dor" que poderia ser "drenado" por meio de gritos.

A metáfora da PNL, ao contrário, é a de um sistema de informação que armazena informações como lembranças gravadas em um ou mais sistemas representacionais, correspondendo aos cinco sentidos. Só quando essas gravações são ativadas é que surgem os sentimentos (se eles forem significativos). Se a lembrança nunca for ativada, nenhum sentimento é estimulado. Um aparelho de CD comporta muitos discos, mas a música só toca quando o raio laser faz a leitura. Se usássemos a metáfora freudiana para descrever isso, diríamos que o aparelho de CD está cheio de músicas lutando para se expressar (catarse). Pensar numa pessoa como um sistema de informação deixa claro porque a catarse não somente não funciona, como também pode piorar muitos problemas, ou até mesmo criar novos. Embora a metáfora do sistema de informação tenha sido muito mais útil do que a metáfora freudiana do encanamento, uma outra (ainda não descoberta) pode ser melhor.

Linguagem descritiva e Linguagem injuntiva

Alguns modelos são puramente descritivos e não nos dizem o que fazer. A Análise Transacional (AT) era uma descrição elaborada que, basicamente, remodela o id, ego e superego de Freud para o inglês contemporâneo (criança, adulto e pai). Entretanto, essa descrição não oferece nenhuma metodologia ou tecnologia que permita a sua utilização. Na prática, a AT tomou emprestado os métodos e técnicas de outras formas de psicoterapia e adaptou-os à sua estrutura descritiva. O "Manual Estatístico e de Diagnóstico" da psiquiatria tem mais de 700 páginas que descrevem como as pessoas podem ter problemas, mas não traz nenhuma palavra sobre o que fazer para solucioná-los.

Ao contrário, a linguagem injuntiva nos diz o que fazer para alcançar um resultado. Um livro de receitas é injuntivo, porque cada receita mostra exatamente o que é preciso fazer para obter determinado resultado. Uma receita especifica:

1. Um objetivo (um bolo de chocolate ou uma carne assada)

2. Uma lista dos ingredientes necessários (farinha, açúcar, chocolate, etc)

3. Um processo sequencial para a mistura e processamento dos ingredientes e a maneira de cozinhá-los para obter o resultado desejado.

Tecnologia

Um livro de receitas é essencialmente uma lista de técnicas e podemos seguir as instruções e alcançar o resultado, sem nenhuma compreensão dos processos envolvidos. Há alguns anos, ouvi uma gravação de alguém ensinando e demonstrando o Padrão de Perdão que Connirae e eu desenvolvemos com os participantes de um seminário de modelagem em 1990. (Um artigo sobre esse processo pode ser encontrado no site da NLP Comprehensive: http://www.nlpco.com (link is external)). A teoria do apresentador sobre o funcionamento do processo de perdão era muito complexa mas sem nenhuma semelhança com nossa compreensão a seu respeito. Apesar disso, ele conduziu o tema da demonstração com sucesso, percorrendo todas as etapas da técnica até a experiência do perdão. De certo modo, o que ele fez é o maior elogio que alguém pode fazer a uma técnica - que as instruções são suficientemente detalhadas e precisas para que alguém possa usá-las sem nenhuma compreensão (ou mesmo com uma compreensão inadequada) e, mesmo assim, ela funcionará.

"A palavra ciência não deveria ser atribuída a qualquer coisa, a não ser ao conjunto de receitas que sempre são bem sucedidas" Paul Valery

Todos nós estamos cercados pela tecnologia que usamos, mas não compreendemos. Quando usamos um telefone celular, uma transmissão automática ou um antibiótico, a maioria de nós não tem a menor ideia da física ou química envolvidas. Nenhum ser humano vive o suficiente para compreender nem mesmo uma pequena fração da tecnologia atual, mesmo estudando-a durante toda a vida.

Metodologia

A tecnologia é uma aplicação específica de uma metodologia (quer a metodologia seja conhecida, compreendida, ou não). As pessoas da idade do bronze descobriram que, ao se acrescentar arsênico ou estanho ao cobre, ele ficava mais resistente, mas não tinham ideia do motivo por que isso acontecia; a metodologia surgiu cinco mil anos mais tarde, com a compreensão de como pequenas quantidades de impurezas "prendem" camadas de átomos impedindo que elas se soltem e deformem ao receber uma força cortante.

Uma metodologia é uma compreensão mais ampla de como as coisas funcionam, diferente de uma receita ou produto específico. Com frequência, Richard Bandler diz que a "PNL é uma metodologia que deixa atrás de si um rastro de técnicas." A maioria dos treinamentos em PNL incluiu uma mistura de metodologia e tecnologia. Técnicas específicas (por exemplo, cura de fobias, mudança de história pessoal) são ensinadas junto com pelo menos parte da metodologia (por exemplo, sistemas representacionais, submodalidades, ancoragem) subjacente às técnicas específicas.

O conhecimento da metodologia permite que o usuário da tecnologia possa adaptá-la a situações únicas nas quais apenas o conhecimento da técnica fracassaria. A metodologia também possibilita novas aplicações e descobertas e novas maneiras de obter resultados para os quais já temos as técnicas.

Por exemplo, um engenheiro que compreende a metodologia dos materiais e estruturas, pode construir um edifício específico a partir de uma ampla variedade de materiais, utilizando diversos elementos estruturais e prever, com modelos matemáticos, exatamente de que tamanho fazer tudo para obter uma determinada força que resista a perigos como o acúmulo de neve, enchentes, terremotos, etc. Mas, se o mesmo engenheiro soubesse apenas construir paredes de tijolos, ele só seria capaz de projetar uma pequena variedade de edifícios para poucos locais.

Metodologia e Tecnologia

Habitualmente, um campo se desenvolve por meio de uma espécie de "jogo de pula-mula", ou seja, a alternação entre tecnologia e metodologia. Em geral, alguma tecnologia primitiva, descoberta por acaso ou por intuição, inicia o processo. Então, alguém examina diversas técnicas e começa a generalizar a seu respeito, descrevendo alguns elementos de similaridade, usando uma metáfora para descrever essa compreensão. Se essa generalização for útil, normalmente ela mostra outras tecnologias que poderiam ser desenvolvidas com a utilização de diferentes processos, materiais ou resultados. Por sua vez, essas novas técnicas, e o conhecimento obtido ao serem aplicadas e testadas, sugerem outras metodologias - outras maneiras de pensar na tecnologia. A metodologia encontra-se num nível (lógico) de generalização mais elevado e mais geral do que a tecnologia.

Em geral, uma metodologia/tecnologia em desenvolvimento possui partes muito úteis que, ainda assim, parecem não se encaixar. Foi preciso muito tempo para que os físicos percebessem como a luz (e a ótica) poderiam ser descritas como uma parte do espectro de radiação eletromagnética e, eles ainda estão tentando compreender de que maneira a gravidade e a eletromagnética estão relacionadas.

Escrito por: Steve Andreas
fonte: golfinho.com.br

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